O texto do senhor p. m. diz não, mas o subtexto do senhor p. m. diz um dia há de ser sim.
Pode pensar-se que, se o senhor p. m. estivesse vivo para dizer texto antes de o senhor Stanislavski ter estado vivo para mudar o modo como se diz texto, seria com certeza obrigado, como toda a gente naquele tempo, a dizer sim, se era sim que queria acabar por dizer.
Teria de o dizer, porque não o poderia amealhar e atrasar. Naquele tempo, podia esconder-se dinheiro dentro de um colchão, mas não se podia esconder advérbios dentro do subtexto.
Aliás, se o senhor p. m. estivesse vivo para dizer texto antes de o senhor Newton ter estado vivo para inventar a gravidade, tivesse ele dito sim, tivesse ele dito não, nada disso seria grave.
E se o senhor p. m. estivesse vivo para dizer texto antes de o senhor Anónimo ter estado vivo para inventar o fogo, tivesse ele dito alguma coisa, tivesse ele dito coisa nenhuma, nada disso aqueceria ou arrefeceria fosse quem fosse.
O senhor p. m. entrou em cena demasiado tarde.